Search on this blog

Search on this blog

Muita gente acredita que se masturbar com frequência “rouba” o tesão pelo parceiro, mas na verdade o que acontece é bem simples: após o orgasmo, nosso corpo libera prolactina, um hormônio que induz um relaxamento profundo e, por algumas horas, pode diminuir a vontade de fazer sexo.

Isso, porém, não significa que o autoconhecimento seja inimigo da intimidade a dois. Pelo contrário: ao explorar seu próprio corpo, você descobre quais toques realmente funcionam para você, ganha confiança e amplia seu repertório de sensações — o que, depois, enriquece a relação sexual compartilhada.

Se imediatamente após a masturbação você se der conta de que não sente desejo de fazer sexo, talvez fosse interessante separar os momentos. Escolha horários diferentes para se tocar e para estar com seu parceiro, de modo que cada experiência tenha seu espaço próprio.

Você também pode se comunicar de forma clara e carinhosa: dizer algo como “quando me toco pela manhã, preciso de algumas horas para sentir vontade de estarmos juntos”. Isso ajuda a evitar mal-entendidos e a fortalecer a cumplicidade entre vocês.

Além disso, vale a pena brincar a dois sem pressão para chegar ao orgasmo. Vocês podem focar apenas no toque, no cheiro e no calor da pele um do outro, redescobrindo prazer sem meta definida.

É importante lembrar que a masturbação não substitui o sexo, mas o complementa. As experiências são distintas: no sexo a dois há troca de afeto, contato emocional e sensorial que vão além do prazer individual.

Se a vida sexual com seu parceiro estiver ativa e satisfatória, a masturbação não representa problema algum. Em fases de baixa libido ou exaustão, contudo, recorrer excessivamente à autossatisfação pode consumir a energia sexual que vocês poderiam investir na relação. Ainda assim, manter esse hábito é saudável e fundamental para o autoconhecimento, pois permite identificar desejos, limites e preferências, que são pilares para tornar o sexo a dois mais prazeroso.

Alguns homens se sentem desconfortáveis ao saber que suas parceiras se masturbam, e esse incômodo tem raízes históricas profundas, na antiga repressão à sexualidade feminina. Mas, à medida que a mulher amplia sua autonomia sexual e conhece melhor seu corpo, o casal só tem a ganhar: vínculos afetivos se fortalecem e a segurança mútua aumenta.

Se, mesmo após reorganizar a rotina e manter um diálogo aberto, o desejo ainda não voltar, vale procurar um profissional. Cada casal tem seu próprio ritmo, e uma avaliação especializada pode oferecer caminhos sob medida para vocês redescobrirem juntos uma vida sexual mais satisfatória.