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sexo normal

O que pode ser considerado “normal” quando o assunto é sexo?

 A questão do que é “normal” pode parecer simples, mas é incrivelmente complexa, especialmente no que se refere à sexualidade. O conceito de normalidade sexual não é algo fixo, determinado pela biologia ou pela natureza. Na verdade, a ideia de “normal” em relação ao sexo é uma construção social fluida, que muda conforme é remodelada por fatores culturais, sociais e históricos.

Aquilo que era considerado “adequado” para a resposta sexual em um período pode ser visto como ultrapassado ou até estranho em outro. A história nos mostra que a forma como entendemos a intimidade está em constante mudança.

Considere, por exemplo, a pressão que muitos homens sentem para manter uma ereção prolongada a fim de garantir o orgasmo da parceira. Essa é uma exigência cultural recente, imposta por narrativas que associam virilidade e sucesso sexual à performance e à duração. Essa ideia não é um requisito biológico, mas um ideal construído socialmente que muitas vezes causa ansiedade e frustração. A biologia humana, em sua diversidade, não funciona com base nessas expectativas rígidas. (Em tempo: a ideia de que a satisfação da sua parceria depende exclusivamente da duração de sua ereção é uma ideia muito simplista sobre o ato sexual).

Voltando ao nosso assunto: O prazer e a resposta sexual de cada pessoa são únicos. Insistir em um único modelo de “normalidade” é algo que ignora essa realidade plural e cria um padrão inalcançável que pode dificultar a conexão autêntica com nossos corpos e parcerias.

 Superar a barreira do “normal” que foi imposta pela sociedade nos permite explorar a sexualidade de forma mais livre e curiosa. É um convite para abraçar a individualidade, celebrar as diferentes experiências e, principalmente, entender que o prazer é um caminho de autoconhecimento e conexão genuína.

Marcio Gadelha Especialista em Sexologia e Terapia Cognitiva Sexual